Qual o parâmetro da nova era?
- Dr. Thiago Pontes

- 23 de mar.
- 4 min de leitura
Ao ler o título deste capítulo você aí minha cara leitora, meu caro leitor, já teria, de bate pronto, uma resposta adequada? Parece-lhe pertinente pensar sobre isso nos dias de hoje? Parece-lhe plausível refletir sobre quais os parâmetros da nova era e quem os institui? Bem, adoraria ter sua companhia para juntos pensarmos sobre esse tema nas próximas linhas, você me acompanha? Fico feliz em ter sua companhia.
Pois bem, se pensarmos em parâmetro, temos como sinônimos termos como: normas, modelo, orientação, critério, referência, regra dentre outros. Há parâmetros em diversas áreas, há parâmetros de faixa estaria e/ou de renda que têm acesso a universidades estaduais e/ou federais gratuitas, há parâmetro dentro de empresas para se concorrer e se adequar a determinada vaga ou promoção que por ali venha a ser disponibilizada; parâmetros com clientes em atendê-los com respeito e cordialidade e por aí vai... Agora, pegando como ponto de partida a base deste livro que é justamente a transição de uma geração para a outra, a mudança de eras, de uma mais conservadora, vertical para a atual bem mais horizontalizada com maior abertura e reavaliação de princípios e valores, pessoais, familiares, culturais, profissionais, sociais, quais então são os parâmetros para a sociedade da era em que estamos ingressando? Uma era a cada dia mais digitalizada, assim como Copérnico dizia que o Sol é o centro do universo, a humanidade globalizada passa então a girar em torno da internet e quem não faz parte desse “jogo” é excluído.
Os parâmetros de outrora eram bem definidos, profissão, valores, conservadorismo, tirania, princípios, classe social, era tudo muito previsível, tudo muito linear no sentido vertical, hierárquico, tais parâmetros duraram seguramente por vários anos, por várias gerações, avós passavam suas profissões para seus filhos que passavam para seus netos e assim tudo caminhava previsivelmente. Mulheres eram donas de casa e ponto final. A questão de gênero e sexualidade era muito bem definida sem possibilidade alguma de se contestar qualquer imposição feita até então. Religião predominante colocando ordem no convívio social e afins; ou seja, resumindo: pouca autonomia, liberdade e muita previsibilidade. Agora estamos, com a ascensão das redes sociais ao povo em meados de 1990, demos maior poder de “voz” ao povo, quer um exemplo? Há décadas atrás apenas um ator ou uma atriz de uma renomada emissora de TV era famoso, famosa, hoje em dia há centenas de pessoas que assim são, gravando vídeos de suas próprias casas, com celulares, obtendo milhões de fãs e seguidores, muitos deles apenas emitindo opinião, sem ser necessário estudo algum como era feito pelos atores e atrizes para atar em novelas, por exemplo. A voz foi dada ao povo, a chance de ser ouvido, de ser ouvida nos foi dada, se seremos é outra história, mas que temos maior autonomia isso é fato!
O ponto aqui é: já que os parâmetros da era anterior estão a cada dia que se passa sendo desmanchados e perdendo sua validade, então quais são os novos? Quais as regras do ‘jogo da vida’? Respeitar o que, quem, onde, em que medida? Parece simples, vejamos: se há 30 anos o parâmetro era dizer bom dia para alguém hoje isso ainda se conserva? Arrisco dizer que sim, arrisco dizer que isso ainda seja o mínimo de educação em um convívio social. Ótimo! Sendo assim, você aí lendo este capítulo poderia me perguntar: “- Mas professor Thiago, se o valor da educação há 30 anos ainda é o mesmo hoje, então o que mudou?”, pois bem, vamos problematizar um pouco então, papel fundamental da filosofia: em que medida se deve respeitar a opinião de uma mulher que queira abortar? Quais os parâmetros, tendo em vista que estamos ingressando nessa nova era, vivenciando a cada dia uma “queda de braço” entre princípio e valores, com argumentos fortes de ambos os lados... Qual o app nos guia para a rota certa? Para a decisão mais acertada? Quer outro exemplo? Ótimo, então vejamos a questão da sexualidade, e se aí na sua casa seu filho ou filha vier manifestar confusão, angústia, sofrimento por não “se aceitar” (termo que ouço muito dos meus alunos enquanto professor), e aqui entra toda a discussão do “menine”... Em que medida entra o respeito? A tolerância? Há 30 anos e hoje; o ‘bom dia’ ainda continua sendo bem vindo e bem aceito na civilização, mas e esses exemplos bem como tantos outros, como ficam? Quem define o que é certo ou errado? À quem interessa novos valores e princípios? Quais os prejudicados com essa horizontalização do mundo? Cadê a referência? A felicidade ainda está no âmbito metafísico, tal como a religião sugere sendo no céu, ou está a cada instante de vida prazeroso como defendiam os estóicos e filósofos como Nietzsche? Percebeu como está se dando o advento dos problemas da nova era?
Concluo dando a você a sugestão de perceber primeiro em si, quanta orientação ou a falta dela há em você e por seguinte, quanta orientação ou a falta dela há de um modo geral na sociedade... Não tenha pressa em fazer isso, arrisco dizer que seja um exercício, lento que exige fluidez, continuidade, um exercício de observar detalhes e seja uma prática diária, pois é aí que se obtém um ponto de partida: quando se percebe onde se está! Quais princípios e valores lhe estão norteando! Quais suas qualidades, quais pontos merecem esforço para que você não se sabote e desista na jornada existencial e que você possa desenvolver muito, muito, mas muito mesmo a virtude do senso crítico, pois o que não faltará são charlatões lhe vendendo novos ideais de sucesso, de cartilhas da vida para você ser feliz! Perceba a si e enxergue a sociedade a sua volta, tenho certeza de que você não irá precisar errar para aprender com seus próprios erros, certamente poderá aprender com os erros dos outros se estiver atento a tais eventos! Sobre os parâmetros da nova era, não sei o que dizer, nem é esse meu papel enquanto escritor e filósofo, o que posso lhe sugerir é, treine sua capacidade de raciocínio lógico/ argumentativo (leia bastante as obras de Aristóteles, grande nome da filosofia na Grécia), tais virtudes irão lhe ajudar muito na hora de defender seus parâmetros e/ou de criticar os que a ti forem impostos! Um grande abraço.




Comentários